segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A TAÇA




Década de 70 e os famosos festivais de futebol.

Eram programados 7 jogos, entre municípios vizinhos, que levavam seu melhor representante. Verdadeiros clássicos regionais! Cada jogo valia uma taça.

Naquele domingo, nem a chuva fina desanimou o pessoal. Estádio lotado na cidade de Jarinú.

15h o jogo mais esperado, Estrela x Jarinú.

Placar no tempo normal 0 x 0. Decisão nas penalidades. Estrela 5 x 4. E a Taça era nossa...

A comemoração começou no vestiário. Com o garrafão de Jarinú, caçhaça da boa! E continuou num bar perto da Igreja...

Lá pelas 19h, o tesoureiro Rafael fechou a conta, pagou e foi embora com o Clóvis, outro diretor. Detalhe, não avisou ninguém. Eles estavam de Fusca e os jogadores, mais os torcedores, só tinham uma condução. O caminhão do Dirceu. E a estrada era de terra ou, barro naquela tarde.
Uma aventura mesmo.

A festa continuou...

Já escuro, caiu o maior temporal, e veio o último aviso -"Estou fechando o Bar, vamos acertar a conta".

Após a tradicional vaquinha, faltava ainda 50%, para quitar. E o dono do Bar fechou as portas!

Mas não houve muita preocupação, a cantoria continuava. E as músicas eram as dos Festivais da Record. " Roda Viva", "Disparada", "Ponteio" e "Sem lenço e sem documento", claro.

Depois de muita conversa, veio a proposta. -"A TAÇA FICA NO BAR, COMO GARANTIA"

Pato e Zé Pretinho prontamente aceitaram, e pediram a saideira. Fomos liberados.

Até hoje ninguém sabe como, mas a dívida foi quitada, e a Taça chegou ao Bar do Enio 30 dias depois.




Outrora, a irreverência. Hoje a saudade!