sexta-feira, 30 de setembro de 2016

VIVA GARRINCHA! A ALEGRIA DO POVO

Resultado de imagem para garrinchaUm privilégio dizer. Eu vi Garrincha. O Charles Chaplin do futebol jogar.
Carreira cheia de conquistas. As maiores sem duvida, COPAS de 1958 na Suécia e a de 1962 no Chile.
Nem o Rei  com a camisa da Seleção fez, ou jogou o que o MANÉ jogou com a amarelinha.
Foi decisivo. Principalmente no CHILE quando Pelé se machucou.
O livro de Rui Castro ilustra quem foi MANOEL FRANCISCO DOS SANTOS, o Garrincha.
( Leitura imperdível)
Claro que gostaríamos de escrever muito mais sobre um dos maiores, senão o maior ÍDOLO do Futebol Brasileiro.
Mas... o texto magistral de Marco Aurélio Borba retrata bem o craque da Estrela Solitária, seu time. O Botafogo.

"De repente, um poeta cambaio
recortou sobre o verde do estádio uma silhueta torta
para a direita.
E acendeu sorrisos e gargalhadas com sua forma lúdica de versejar.
Rolando a bola
desenrolava o riso
 -incontido-
da multidão.
A travada súbita parava tudo:
gestos, olhares, respiração;
 no pequenino espaço de grama
 - pela direita -
jazia João sobre João.
Mané menino não inventou o riso,
mas ressuscitou a alegria
e a camaradagem.
 Jogou  a bola fora de campo
 - resultado à parte - para socorrer o adversário ferido.
 Foi aplaudido, sem sorrisos.
O povo,mais uma vez,
soube entender o ídolo
construindo sua imagem.
CARLITOS  da bola
e sem bengala,
pregou peças pela vida, driblou mulheres e passarinhos.
A finta inevitável pela direita
foi sua obra-prima,
até que os joelhos impossíveis
não mais suportaram
 a química contratual.
Mesmo assim, vagando
entre um copo e outro
de esquecimento,
Mané sorria - marca registrada - para uma existência que
- e exceção dos estádios -
bem pouco lhe sorriu. E mal.
Nome de menino,
apelido de pássaro,
alma de poeta,
lá se foi ele, capenga,
sem que ninguém chutasse
a bola fora
até que ele se erguesse e voltasse.
Nos olhos e bocas
de vários gramados do mundo,
restavam o espanto e o riso.
A emoção inesperada
 de camarotes e gerais.
Poeta cambaio, Chaplin de pernas
 - e vida -desencontradas,
enfim te pregaram a peça final.
Nunca mais o drible pela direita,
nunca mais.

                      VIVA GARRINCHA

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