domingo, 20 de dezembro de 2009

NOS TRILHOS DO FUTEBOL AMADOR


Na viagem ao futebol amador que iniciamos hoje, cada mês desceremos numa estação, e na nossa primeira parada, a Estação chama-se XISTÉ. Meu grande amigo Wilson Roberto Baialuna.

O ano era de 1959 e o local campo do São Paulinho do lendário Pedro Moretti, na Rua XV de Novembro, aqui em Jundiaí, onde hoje existe um supermercado. O campeonato era o da Liga Jundiaiense de Futebol Infantil. Era um torneio início, e sempre que a partida terminasse empatada, a decisão seria através de pênaltis.

Cobrança de Penalidades pode terminar empatada?

Nunca!

Você está louco? Seria a Resposta.

O mundo do futebol provavelmente diria exatamente isso, mas...Vamos lá!

O jogo normal havia terminado empatado, claro. São Paulinho 1 x 1 Regente.

Era um sábado à tarde e já passava das 18.00 horas. Naquela tarde já haviam sido jogadas várias partidas.

Ah! Naquele tempo as penalidades eram todas batidas pelo mesmo jogador. Sempre o craque do time. E nosso técnico Milton não teve dúvidas. XISTÉ é claro. Pelo adversário outro craque, Zé Roberto. Havia também muita torcida no campo, pois se tratava de um “jogão”. Como não havia alambrado, era “rapadão” mesmo, e sempre que havia cobrança de penalidades, a torcida ficava nos limites da grande área. O campo tinha medidas oficiais.

Uma, duas, três.... Oito, nove, dez... Quinze, dezesseis, dezessete e todas convertidas. O árbitro da Liga já estava quase sem enxergar a bola e nós também, pois estava quase escuro. Ele teve dúvidas, mas continuou. Vinte, vinte e uma, vinte e duas e nada de decidir. Era bola na rede mesmo.

Aí, o arbitro não teve dúvidas: - “Declaro a partida empatada. Já está noite e eles não erram. Eu nunca vi coisa igual”.

Passado exatamente meio século, certamente nenhuma outra partida de futebol no Planeta terminou empatada nas penalidades. Mas aquela terminou.

Nosso time: Itamar, Tisiu, Gordo, Julião e Moreti. Ivo e Zé Beline. Adil, Mosele, Serginho Chagas e Xisté.

Lembrando que naquele mesmo campo do São Paulinho, pelo mesmo time, o nosso Dalmo Gaspar, provavelmente deve ter treinado bater penalidades, pois a mais importante da vida dele, e do Santos F.C., ele converteu. No Maracanã lotado – 110 mil torcedores - em 16 de Novembro de 1963 contra o Milan, o Pelé não estava em campo - 1x0. SANTOS Bicampeão do Mundo. GOL DE PÊNALTI.

Xisté em sua carreira jogou pelo São Paulinho(Infantil), Estrela da Ponte(Amador) clube do seu coração, C. A. Comercial de Jundiaí(Amador). E como Profissional vestiu as camisas do Paulista de Jundiaí, Palmeiras na época do maestro Ademir da Guia, América S.J. Rio Preto, C.E.U.B. de Brasília, ABC de Natal, Atlético Goianiense e encerrou sua carreira no Campo Limpo Paulista.





Obrigado XISTÉ e, até a próxima estação.

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