quarta-feira, 15 de julho de 2015

PAULISTA - A HISTÓRIA NÃO TE ESQUECE

O CAMISA NOVE BAIANO E SEU RADINHO DE PILHA

No inicio dos anos 60 o PAULISTA havia contratado o atacante BAIANO.
Sempre acima do peso mas fazedor de gols. Jogava no Botafogo de Ribeirão Preto.
Como sempre, a grana nos cofres do Tricolor minguava e os salários prá variar, atrasados.
Numa bela manhã de domingo uma visita inesperada na casa de um Diretor do Paulista na época.
Era o Baiano. Com a cabeça baixa, triste e um Radinho de Pilha nas mãos.
-Bom dia seu seu Barros. Posso falar com o senhor?
-Claro Baiano o que está acontecendo?
-Eu sei que o senhor é muito legal com os jogadores e vim pedir se poderia "comprar" esse rádio, pois hoje tem jogo, e em casa só temos arroz e feijão e a patroa precisa de carne também. Afinal tem as crianças.
-Mas Baiano eu já tenho um rádio exatamente igual.
Só que depois de muita conversa e sentindo toda sua aflição, o Sr. Barros acabou aceitando a oferta.
Mas...
Ao vê-lo atravessando a Avenida São João todo feliz, o Diretor não se conteve e pediu que ele voltasse.
-Baiano vamos fazer o seguinte. Eu vou dar de presente o meu que é até mais novo. Mas vou pedir que faça um gol no jogo de hoje.
- Pode deixar. Eu prometo.
Mais tarde o Sr. Barros foi ao açougue do saudoso amigo Ary Mantovani e perguntou.
-Ari, o Baiano passou por aqui.
-Sim. Estava todo feliz e comprou dois kg. de carne de porco, um de linguiça e outro de contra filé.
Pagou certinho e ainda prometeu que faria um gol para mim.
A tarde, com mais de 8.000 torcedores em Jaime Cintra, o PAULISTA venceu o Comercial ( 2 x 0 ).
Dois gols do BAIANO.
Na segunda feira com a renda, parte dos salários foram quitados.

Em tempo: Passados cinquenta anos, o Diretor Antonio Barros Leite Jr. saudosista e apaixonado que vivenciou tudo, guarda com muito carinho o rádio do Baiano com capa de couro.


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